domingo, 6 de maio de 2007

UM BEIJO...

...para as nossas mães.

e para porque não celebrar com um poema que me emocionou bastante quando, há uns anos atrás, o li por primeira vez:


A leoa

Não há quem a emoção não dobre e vença,
Lendo o episódio da leoa brava,
Que, sedenta e famélica, bramava,
Vagando pelas ruas de Florença.

Foge a população espavorida,
E na cidade deplorável e erma
Topa a leoa só, quase sem vida
Uma infeliz mulher débil e eferma.

Em frente à fera, um estupor de assombro,
Não já por si tremia, ela, a mesquinha,
Porém, porque era mãe e o peso tinha,
Sempre caro p'r'as mães, de um filho ao ombro.

Cegava-a o pranto, enrouquecia-a o choro,
Desvairava-a o pavor!... e entanto, o lindo,
O tenro infante, pequenino e louro,
Plácido estava nos seus braços rindo.

E o olhar desfeito em pérolas celestes
Crava a mãe no animal, que pára e hesita,
Aquele olhar de súplica infinita,
Que é só próprio das mães em transes destes.

Mas a leoa, como se entendesse
O amor de mãe, incólume deixou-a...
É que esse amor até nas feras vê-se!
E é que era mãe talvez essa leoa!

Raimundo da Mota de Azevedo Correia

3 Comentários:

Às 8 de maio de 2007 às 18:02 , Blogger G disse...

Bonito!

 
Às 22 de novembro de 2007 às 16:53 , Anonymous Anônimo disse...

Muito bom!

 
Às 15 de maio de 2008 às 17:02 , Anonymous Anônimo disse...

Ótemo :D
Vou interpretar essa poesia em um concurso de minha cidade... amei-a! :]

 

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